O notável avanço nas várias áreas do conhecimento produz um estresse de informações sem precedentes. O ministério pastoral não está alheio à avalanche de idéias que a cada dia são produzidas e alçadas à condição de a verdade definitiva sobre alguma coisa.
No intuito de poder corresponder às demandas do ministério, pastores são intimados a conhecer a sociologia, a história, a psicologia para melhor fundamentar sua prática. Apesar da inegável validade de uma formação multidisciplinar, Eugene Peterson , considerado por muitos o “pastor dos pastores”, chama à atenção para o outro lado dessa moeda: o conhecimento bíblico na prática pastoral está perdendo espaço para outras fontes de conhecimento.
Longe de possuir uma mensagem saudosista e retrógrada, O pastor que Deus usa é o esforço para permanecer em contato com a vitalidade do bom trabalho pastoral tão evidente no material bíblico, para depois colocá-la em uso no presente. Peterson resgata a sabedoria contida em cinco livros do antigo testamento (Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester) para apresentar cinco pilares essenciais ao bom exercício do pastorado.
Não se trata, portanto, de tentar encaixar a vida pastoral moderna em um molde antigo a fim de dar-lhe um formato bíblico. Ao contrário, como singular biblista que é, Peterson se vale das Escrituras da mesma forma que Israel o fez vezes sem conta, meditando no seu significado e aplicando suas lições à realidade atual.
Sobre o autor
Eugene Peterson é uma referência na teologia cristã contemporânea. Nascido em 1932, no estado de Washington (EUA), ainda jovem mudou-se com a família para Montana, onde foi criado. Casou-se com Janice Stubbs, com quem teve três filhos: Karen, Eric e Leif. Graduou-se pelo Seminário Teológico de Nova York e pela Universidade John Hopkins. Em 1962, fundou a Igreja Presbiteriana Cristo Nosso Rei, em Maryland.
Foi um período crítico em sua vocação, pois, até então, assumir uma igreja estava fora de seus planos — acreditava que seu chamado era para o trabalho acadêmico. No entanto, a experiência como pastor de ovelhas não apenas proporcionou a Peterson 29 anos gratificantes de ministério, como também experiência e reconhecimento.
A partir de 1991, ingressou no Seminário de Pittsburgh como autor residente. Foi quando passou a dedicar mais tempo ao ensino e à literatura, tendo produzido mais de trinta títulos. Em janeiro de 1993, tornou-se docente em Teologia Espiritual no prestigiadíssimo Regent College, no Canadá, onde atualmente é professor emérito. Além de escritor e poeta, Peterson produziu uma tradução da Bíblia, publicada sob o título The message.
Embora tenha grande prestígio entre pastores e teólogos, seu público é muito maior, uma vez que abrange os cristãos interessados numa teologia sólida e bem fundamentada. Por suas reflexões equilibradas sobre a missão e a vocação do ministro cristão — o compromisso com a ortodoxia bíblica, o estímulo a uma exegese contextualizada e o cultivo de uma eclesiologia viva e dinâmica —, é chamado por muitos de “pastor de pastores”.

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